E aí meu povo, depois de um ano no silêncio, eis que estou de volta. Não sei se foi uma saudade de ouvir ou de falar mas todas incluem a vocês meus seguidores e comentarista fiéis.
Comecei esse lindo dia de inverno, após uma maravilhosa noite de "causos" com amigos antigos, assistindo, ao abrir de olhos, o Canal Brasil.
Fui pega de surpresa com um programa de entrevistas chamado "Sangue Latino" que tinha hoje como entrevistado o falecido Suassuna.
Entre tantas coisas que foram ditas, algumas me trouxeram de volta essa vontade de estar com vocês e partilhar, porque eu acho que a partilha é um grande presente entre amigos.
Vamos a elas:
Perguntado sobre sua religiosidade, ele respondeu que acreditava em Deus, não porque achasse que seria o certo mas porque precisava. Precisava acreditar em Deus para não ser um desesperado. Ouvindo isso, cheguei a simples conclusão de que esse é meu pensamento: Não creio em Deus porque a sociedade me impõe, porque tá na moda ter um credo ou porque sei lá o que. Acredito em Deus para não ser uma desesperada. Sem Deus para me confortar diante de tantas misérias do mundo, seria uma total desesperada. Diante de tanta injustiça, de tanta perda e de tanta dor, vista diariamente nos noticiários mundiais, sem Ele, seria com certeza, uma total desesperada. E aí, isso me levou a outra questão que surgiu ao ouvir a seguinte citação:
"Não existe tirania no mundo que resista a uma gargalha que dê três voltas em torno dela" - Molière
Ah o humor! Como Suassuna e Molière acredito nesse poder de gargalhar. Acredito que mesmo diante das piores situações um pouco de humor sempre alivia a dor. Diante de qualquer tirania, seja política, espiritual, sentimental, mental, qualquer uma, diante de uma boa gargalhada, ela não dura muito tempo.
O mundo seria mais leve, ao me ver, já que aqui estou dando a minha visão pessoal, se as pessoas sorrissem mais e deixassem de confundir uma boa gargalhada, uma boa conversa, um bom humor, com falta de sensibilidade, responsabilidade, profissionalismo, etc, etc e tal
Por isso, como disse Suassuna em sua entrevista: os tiranos não gostam de gargalhadas. Eles são sombrios e sisudos.
Acho que eu não daria uma boa tirana, rsrsrsr
Tive um dia rico ao meu ver. Emendei com uma entrevista com Leo Jaime, que por coincidência confirmou tudo que havia sindo dito na entrevista anterior com o Suassuna. Ele se tornou famoso e criou um carreira longa, cantando músicas irreverentes e que nos fazia dar ótimas gargalhadas. Mas para isso acontecer, teve que lidar com os tiranos das industrias fonográficas, que achavam que ele não daria lucro fazendo músicas tão de "garage" com letras tão irreverentes. Eis que o tempo provou o contrário. O mundo gosta de rir, o brasileiro, principalmente, gosta de rir. Isso nos torna mais leve e talvez nos impeça de sermos desesperados diante de tanta miséria e corrupção.
Voltamos ao princípio e aí fechamos o ciclo:
Um credo nos torna menos desesperados e nos permite sorrir mesmo diante das dificuldades e sorrindo nos livramos da tirania e nos tornamos livres e livres não seremos desesperados e teremos a liberdade de acreditarmos no que e em quem quisermos. Meio "porque tostine está sempre fresquinho por que vende mais? Ou vende mais por que está sempre fresquinho?" Mas na minha mente que na maioria das vezes navega em meio a tantos pensamentos eu consegui ver uma lógica e aí quis por em palavras o que essa manhã de domingo me deu de presente.
E como creio na partilha entre amigos que se amam, aqui estou de volta após tenebroso inverno, entregando minhas divagações a vocês que na maioria das vezes são o motivo de minhas melhores gargalhadas. E que me desculpem os sisudos, os que levam a vida tão a sério, os aprendiz de tiranos ou os que já o são, mas jamais abrirei mão de uma boa gargalhada e nem de Deus pois a última coisa que quero me tornar é uma desesperada.
Tenham um bom fim de noite!
Amo vocês e me brindem com seus comentários que me fazem sorrir.
Bjs